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Mensagem  Admin Ter Nov 04, 2008 8:10 pm

Criação e evolução
Isaac Epstein
O criacionismo e o evolucionismo são duas propostas contraditórias que
dizem respeito à ocorrência temporal de um fenômeno: a origem do homem. A
primeira, criacionista radical, adotada pela teologia judaico-cristã, foi expressa
com surpreendente precisão pelo bispo anglicano de Armagh, Usher, no final
do século XVII, que decidiu, baseado em textos bíblicos, que o mundo tinha
sido criado precisamente no ano 4004 AC, juntamente com todas as espécies
tal como existem atualmente. A segunda, o evolucionismo, adotada pela
ciência, propõe que o universo surgiu há cerca de mais ou menos 13 bilhões de
anos atrás, a vida em nosso planeta, com suas formas mais primitivas de
organismos unicelulares, há cerca de 3.5 bilhões de anos.
Desde então, até a atualidade, através de inumeráveis transformações e
algumas extinções em massa, chegamos a cerca de 30 milhões de espécies de
seres vivos, apesar de, até o momento, apenas 1.5 milhão terem sido
descritas. Mais impressionante que este número de espécies existentes, é que
estes 30 milhões de espécies atualmente existentes representam apenas cerca
de 0.1% das espécies que existiram na Terra. Isto significa que cerca de 99.9%
de todas as espécies que habitaram o globo foram extintas.
Apoiando o criacionismo radical está a fé religiosa que é baseada nos
textos bíblicos. O evolucionismo é apoiado em evidências cosmológicas,
geológicas, arqueológicas e antropológicas. Sua negação envolve a recusa em
aceitar uma boa parte das ciências naturais, principalmente as descrições da
história do planeta e da vida.
Quanto à origem das espécies e do homem em particular, todos os
processos de avaliação da idade dos fósseis tanto animais como do próprio
homem e de seus precursores mais imediatos apontam números totalmente
incompatíveis com os fixados pelos textos religiosos.
O quadro da evolução biológica da transformação das espécies por
geração de variedade e seleção por aptidão à sobrevivência, inaugurada por
Darwin, apresenta alguns pontos obscuros ou ainda não totalmente absorvidos
pela teoria da evolução, mas é geralmente aceito em suas linhas gerais pela
totalidade dos cientistas.
Na tentativa de amenizar o hiato entre o tempo da criação bíblica e a
imagem fornecida pela ciência, o criacionismo compreende atualmente uma
certa variedade de crenças deslizando desde a interpretação literal da Bíblia
até um criacionismo progressivo, criacionismo contínuo, evolucionismo teista,
etc.
O anti-evolucionismno é mais ativo entre grupos do sul dos Estados
Unidos. Henry M.Morris antigo professor universitário e um grupo de
criacionista organizaram em 1963 a 'Sociedade para a Investigação da
Criação'. Em 1972 fundou o Creation Research uma instituição privada não
lucrativa cujo objetivo original é publicar literatura criacionista e fazer campanha
nas escolas públicas a favor das interpretações bíblicas da origem do homem.
Este movimento está ligado a grupos religiosos e politicamente se situa entre
os mais conservadores.
Não acreditamos que, do ponto de vista da ciência, o criacionismo mereça
mais do que uma breve menção não sendo suas razões capazes de abalar o
edifício das crenças científicas e das evidências a favor do evolucionismo. A
teoria evolucionista naturaliza o homem fazendo-o parte imanente e
contingente de um processo mais amplo e global. O criacionismo lhe atribui
uma origem transcendental e necessária através do sopro da vontade divina.
Assim o evolucionismo explica a origem do homem de "baixo para cima" a
partir de formas menos complexas e o criacionismo de "cima para baixo"
através do ato divino.
Esta polêmica, a nosso ver anacrônica do ponto de vista da ciência
adquire, não obstante, uma coloração específica e atual quando transportada
para a origem da vida social, dos valores e da ética das sociedades humanas.
A ética, em geral tem sido definida como a ciência da conduta. Como tal, sua
natureza foi atribuída a normas religiosas reveladas, na especulação filosófica,
à razão prática, sendo reservada à ciência positiva a sua descrição empírica
nas diversas sociedades. Em contraposição à sua origem de "cima para baixo"
dois autores, entre outros, Nietzsche e Freud, justificaram, cada um a seu
modo, a naturalização da ética, postularando a sua "genealogia" de "baixo para
cima".
Ora atualmente um movimento científico a sociobiologia que é uma
disciplina que consiste no estudo científico da base biológica de todas as
formas de comportamento social em todos os tipos de organismos, inclusive o
homem" recoloca a antiga polêmica em outros termos. Na disputa secular entre
a natureza e a cultura (Nature or Culture) como agentes determinantes do
comportamento social, disputa esta muitas vezes exacerbada por matizes
ideológicos, a sociobiologia pende para uma posição definida: a própria
organização social dos seres humanos seria uma conseqüência das pressões
dos mecanismos darwinianos de seleção natural. Tal como os insetos e muitos
animais o comportamento social do homem teria sido, originalmente, sua
resposta evolutiva às pressões existentes no nicho ecológico em que atua.
Eis que, novamente se tenta naturalizar setores tradicionalmente geridos
pelo saber filosófico ou religioso. Serão então nossos mais caros valores, como
o altruísmo, e a solidariedade não atributos exclusivos da espécie humana,
mas compartilhado por outras espécies?
O altruísmo, por exemplo, que considera, como o fim da conduta humana,
o interesse do próximo e se resume nos imperativos: "Viva para outrem", ou
"Ama o próximo mais que a ti mesmo", sempre desafiou uma explicação
"naturalista". O próprio termo altruísmo tem ocorrido mais freqüentemente nos
textos religiosos ou literários do que nos discursos das ciências humanas.
Valorizado em diversas religiões, chega a atribuir uma aura de santidade a
seus portadores infatigáveis.
Nas últimas décadas, no entanto, o altruísmo tem tido duas entradas no
campo das ciências do comportamento: a primeira se refere a estudos de
etologia e comportamento animal; a segunda a uma situação típica, quase um
paralogismo, referente a uma situação descrita pela teoria de jogos e
denominada de Dilema do prisioneiro.
Quanto ao comportamento animal, o altruísmo pode ser considerado
como um comportamento auto destrutivo tendo como objetivo o benefício de
outrem. Esta auto destruição pode variar em intensidade desde o total sacrifício
da vida até uma diminuição da aptidão corporal.
O desempenho altruísta, apesar de contrário ao que se poderia esperar
pela teoria darwiniana da evolução biológica, tem sido verificado em várias
circunstâncias. O paradoxo do altruísmo animal deriva da simples pergunta:
"Como pode um gene se perpetuar se provoca o suicídio de seu fenótipo
portador?" A preocupação com este e outros tipos aparentemente anômalos de
comportamentos conduziu ao desenvolvimento de uma nova fase no estudo da
evolução do comportamento: um casamento entre a etologia e a genética
populacional.
O interesse pelo estudo do altruísmo animal, inserido na nova disciplina
da sociobiologia, indaga sobre uma possível origem filogenética do altruísmo
humano.
Na disputa entre a natureza e cultura (Nature or Culture) como fatores
dominantes no comportamento humano e que tem tomado um colorido
ideológico, a sociobiologia, toma uma posição definida: a própria socialização
do homem seria uma das conseqüências das pressões dos mecanismos
darwinianos de seleção natural sobre as variedades geradas aleatoriamente.
Boa parte das informações básica da sociobiologia se originou da
etologia, que consiste no estudo dos padrões globais de comportamento dos
organismos em condições naturais. Com base na ecologia e na genética, a
sociobiologia estuda, ao nível das populações, como os grupos sociais se
adaptam ao ambiente através da evolução. Toda a forma viva pode, então ser
vista como uma experiência evolutiva, um produto de milhões de anos de
interação entre os genes e o ambiente. Em suma, a tese central da
sociobiologia é que quando a vida social se tornou vantajosa para a
sobrevivência, a seleção natural favoreceu os genes favoráveis a este
comportamento.
Possivelmente quando não só o mapa, mas também os desempenhos
dinâmicos do genoma humano forem decifrados, a disputa biologicistas x
culturalistas poderá ter uma expressão mais científica e menos ideológica.
Terá o altruísmo humano um componente de origem filogenética? É uma
das teses da sociobiologia, ou pelo menos uma hipótese a ser investigada
independentemente de sua conotação ideológica.
Por muito tempo os biólogos, particularmente os não familiarizados com a
genética, explicaram a evolução do comportamento, tal como o da abelha que
deixa o seu ferrão no intruso à colméia embora com isto decretando sua
própria morte, porque este comportamento embora fatal ao indivíduo,
favoreceria a espécie. Em verdade é o contrário o que ocorre: se um gene
favorece um indivíduo, ele se estabelece embora possa reduzir, em longo
prazo, a sobrevivência da espécie.
A explicação para esta aparente incongruência é que, em verdade, o
indivíduo altruísta, embora desaparecendo, contribui para a sobrevivência de
outros indivíduos seus "parentes" que participam de sua carga genética. Isto
explica também o ato altruísta dos progenitores, que em geral, na maioria das
espécies superiores, sacrificam parte de seu potencial individual para a
sobrevivência em favor de seus filhotes. Entre outras estratégias de proteção
altruísta, podem fingir um ferimento para distrair o predador. Este fato prevê
também que o altruísmo e o comportamento cooperativo é mais freqüente entre
indivíduos que mantêm um laço de parentesco do que entre indivíduos
estranhos. Desta forma os genes comuns aos parentes são preservados.
Um outro tipo de comportamento cooperativo ocorre entre macacos
babuínos. Quando dois machos, A e B, disputam uma fêmea, um deles, B pode
solicitar a ajuda de um terceiro C, com um sinal de cabeça facilmente
reconhecível. Se a ação deste último facilita a vitória de B que vantagem C
obtém? A explicação mais convincente é que este tipo de comportamento
altruísta entre indivíduos não parentes, é a reciprocidade. C ganha a
possibilidade de ser ajudado por B num futuro confronto.
A dificuldade com esta explicação é que ela não prevê a recusa ou
"ingratidão" futura de B prestar ajuda a C quando solicitado. Parece, no
entanto, que os padrões de comportamento evoluíram de tal forma que os
animais ajudam apenas os indivíduos que os ajudaram o que implica no seu
reconhecimento.
Recentemente alguns pesquisadores mostraram, mediante modelos
matemáticos, que a cooperação pode se desenvolver mesmo entre indivíduos
sem parentesco e que jamais terão a oportunidade de se reencontrar para
devolver a ajuda recebida. Nestes casos assume-se que dois organismos têm
pouca probabilidade de se reencontrar. O indivíduo não espera a ajuda
recíproca de quem ajudou no passado, mas de um terceiro. Mas para esta
reciprocidade indireta ocorrer é necessário imaginar que os indivíduos
observam outros do grupo lhes atribuindo "pontos" imaginários.
Este conceito de reciprocidade indireta tem inspirado alguns autores para
traçar um paralelo com a evolução dos sistemas morais nas sociedades
humanas.
A própria luta ritual (geralmente por sexo), sem prejuízos
demasiadamente graves para o perdedor e que ocorre em muitas espécies, e
evita escaladas potencialmente fatais, consiste em estratégias desenvolvidas e
selecionadas no decurso da evolução que ao mesmo tempo que facilitam o
cruzamento dos machos mais aptos, protegem os mais débeis da destruição.
Os torneios simulados em computador da situação denominada de
Dilema do prisioneiro, permitem observar como mecanismos artificialmente
construídos de geração de variedade aleatória e seleção permitem observar o
aparecimento de comportamentos cooperativos a partir de situações de jogo
aparentemente de soma-zero .
A idéia matriz, tanto do estudo do altruísmo animal, como das simulações
mencionadas, é explicar o aparecimento da cooperação a partir de interações
administradas pelo egoísmo dos indivíduos.
A sociobiologia apresenta alguma evidência empírica a favor da idéia da
origem de "baixo para cima" de alguns traços valorizados da ética humana.
Com isto, de algum modo, traz para o campo da pesquisa científica, se bem
que em outro registro, alguns aspectos da obsoleta polêmica entre a criação e
a evolução.
Isaac Epstein é professor do Labjor/Unicamp e da Universidade Metodista
de São Bernardo do Campo.
Notas
Os cientistas falam em cinco grandes extinções das espécies ocorridas
num passado geológico distante. A primeira há cerca de 440 milhões de anos
atrás; a segunda há cerca de 365 milhões de anos; a terceira, a maior de
todas, responsável pela extinção de cerca de 98% de todas as espécies
existentes, há cerca de 250 milhões de anos; a quarta há cerca de 205 milhões
de anos; a quinta ocorreu há cerca de 65 milhões de anos É a mais famosa
porque significou a extinção dos dinossauros que dominaram o planeta por
cerca de 140 milhões de anos. Uma de suas conseqüências foi ter aberto a
possibilidade da subseqüente ascensão dos mamíferos, até então reduzidos a
espécies de pequenas dimensões. Alguns cientistas acreditam estarmos
vivendo a sexta extinção em massa, agora provocada pelo próprio homem.
Calcula-se que cerca de cerca de dois terços de todas as espécies de aves,
mamíferos e plantas serão extintos dentro de um século.
WILSON ,E,O Sociobiology, Cambridige.Mass, Harvard Univ.Press, 1977
Embora no dilema do prisioneiro se tratar mais da cooperação para o bem
comum do que propriamente do altruísmo. (EPSTEIN, I "O dilema do
prisioneiro e a ética" in Estudos Avançados 23, USP, Janeiro/Abril 1995,
p.149/163
MAYNARD SMITH,J The Evolution of Behaviour, in Scientific American,
Setembro, 1978,p. 136
LORENZ,K Studies in Animal and Human Behavior, Harvard, Univ.Press,
1971, Vol.II,p.153
MAYNARD SMITH,J, idem, p.140
FERRIÈRE,R "Help and you shall be helped" in New Scientist,
11/Junho/98, p.517
ALEXANDER, R,D, The Biology of Moral Systems, New, York, Aldyne, ,
1987
EPSTEIN,I, Idem
Fonte: http://www.comciencia.br/200407/reportagens/15.shtml. Acesso em
07.05.2008

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Texto e Debate sobre Criação versos Evolução Empty O mais criacionista ddos evolucionistas

Mensagem  Admin Qua Nov 05, 2008 4:38 am

Olá !
Posso dizer que sou o mais Criacionista dos evolucionistas, sim por que não ? sempre esbarramos em fatos que prendem a percepção humana e paralisam
seu poder de argumentação, a exemplo disso que temos ouvido sempre que os dogmas são importantes por que tem o papel de explicar o inexplicavel, a ciencia não poderá
acredito eu expulgar oos dogmas de sua linhas sempre vai existir em seu arguneto a palavra "força" uma força fez a vida acontecer mas que força é essa o acaso ?
Acredito que houve sim evolução não penso na criação aconttecendo pelo acaso.
Para os que creem a biblia já falava da circunferecia da terra, da sua situação de suspenção sobre o nada emquanto os filosofos gregos já previam isso como platão que criticou
os deuse com sua com seu poder de observação, mas nem mesmo Platão em toda a sua genialidade pode se interpor a ideia de que existe um Deus que tranforma o " Caos " podemos chamalo de YHWH. ELORIN, CRIADOR ou simplismente FORÇA, a grande descoberta do seculo é saber que o homem da velocidade e da informação não pode se desvencilhar dos dogmas e das crenças
que os conduziram até aqui e que ainda são os pivos de guerras, discordias e tantos paradoxos.
Acredito que o homem veio de um tronco unico, como isso ocorreu podemos explicar biologicamente, teologicamente ou simplismente mas a palavra "acaso" não cabe aqui O Senhor Charles Darwin conseguio contribuir para o desvendar de um dos mais maravilhosos misterios de onde viemos e com ele podemos ter 3 repostas:

1. Do tronco unico que pelo poder descomunal do acaso ( quase um deus ) conseguio gerar um ser complexo, tranformador, pensante e criativo, que di forma dawiniana e seletiva escolhe os fracos para a morte e os fortes para a vida, mas a pergunta é o que é força ? essa é uma observação filosofica, poderia ISaque Newton em sua surdez explicar, ou até mesmo o chamado retardado Albert Istain que sabe o acaso terria feito o frazino e fraco Santos Dumont uma aberração da natureza, o que explicaria isso o fraco ? " geneticamente se fazer forte, na personalidade e forte na historia "
2. Do " Bereshid bara Elorin " da criação feita pelo comando de um Deus Hebreu que é o resultado da fé de bilhoes de pessoas por toda terra, que em toda terra e já teve seu nome usado para
as mais terriveis atrocidades de toda historia e na vedade nunca os criou e não terria culpa disso.
3 Do nada, por que o nada é o que somos, de lá viemos e é para lá que vamos para o nada.

Acredito que podemos habitar comumente Juntos Evolucionistas e Criacionistas e assim acreditar que uma EVOLUÇÃO CRIATIVA.

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